sábado, 26 de fevereiro de 2011

Vire o mundo num clique!


ACABA MAIS DEPRESSA UM REGIME DO QUE AS NOVAS TECNOLOGIAS!
A ‘Era Tecnológica’ dava sinais de evolução rápida, mas também as vozes contrárias à sua determinação se faziam notar. Não demorou muito tempo para que umas mensagens no Facebook levassem dezenas, centenas, milhares e milhões de pessoas às ruas para se manifestarem contra a opressão de várias décadas. Um já caiu, o outro está em guerra aberta… e o resto ainda se vai conhecer.
Até aqui era muito fácil para um regime ditatorial controlar as mais diversas formas de informação, bastava para isso encontrar os ‘seus’ melhores directores para chefiar os órgãos informativos, agora já pouco vale essa atitude. É certo que os grandes órgãos informativos ainda conseguem controlar e manipular se assim o entenderem, mas também eles já se renderam às tecnologias e disponibilizam a sua plataforma para a instalação de blogues pessoais.
Apesar da distância que nos une fisicamente, o mesmo não se pode dizer da presença e dos efeitos que estas transformações têm no dia-a-dia das pessoas, basta reparar na perturbação dos próprios mercados petrolíferos que faz aumentar os combustíveis, sem os quais a economia não avança, apenas porque nos habituaram a depender destes como de ‘pão para a boca’, porque as alternativas não representam os mesmos lucros.
O mundo está em revolução. O mundo está a perder o medo das opressões de anos a fio e a mostrar ao próprio mundo que nada é eterno, basta que o povo se una em torno de causas maiores. Foi sempre assim ao longo da história da humanidade. São lamentáveis, todas as vítimas que se fazem, mas isto só demonstra que o homem não é mais do que um ‘animal’ que reage melhor ou pior mediante os seus instintos e a sua cultura e educação.
Na verdade, o que está a acontecer nada mais é do que uma geração que se cansou de ser manipulada por oportunistas do sistema. Gente que se aproveitou de uma posição directiva para exercer um poder que não lhes pertence e, com isso, levar as pessoas a pensar da maneira que eles muito bem querem. Usam a sua posição, destacada pela circunstância, para se insurgirem contra o seu próprio povo, aqueles que os colocaram no poder… isto não é absurdo?
Mas por quê falar do que está distante se temos estes casos bem perto? Já ouvi algumas pessoas, depois de apoiar até as listas para as juntas, a dizer «A gente não pode dizer nada, porque podemos precisar deles…». Mas que tipo de política é esta? Mas que gente sem princípios é que persegue as pessoas se não votarem nos seus partidos ou ameaçam que lhes prejudicam os empregos ou atrasa as licenças para as casas?
Estes são os que vestem fato aos domingos para ir à missa ou tomar um ‘favaios’ no café mais próximo da igreja, para que todos os vejam pendurados num casaco e os trate por ‘senhores da aldeia’. Depois, também estes, são os que dizem ‘que vão partir a cara a quem não deixa passar as suas artimanhas em claro…’ contudo, após longos meses dos actos eleitorais, verifica-se que as suas vidas continuam a ser de obediência aos seus senhores, porque os outros têm independência e eles não! Estes, muitos mesmo, continuam à espera de um lugar (que nunca chega) numa câmara qualquer…
Os outros são todos aqueles que são mais felizes!
Pedro Miguel Sousa, in Jornal Povo de Fafe (25-02-2011)