sábado, 8 de dezembro de 2012

A blogosfera está a enriquecer Fafe


                Escrever é um hábito que se adquire e não se consegue parar por muito tempo. Se num passado ainda recente não era muito fácil ver os textos publicados, as novas tecnologias trouxeram um novo fôlego à comunicação e há mais gente a contribuir para o desenvolvimento cultural e social das comunidades e do país.
                Sempre me identifiquei com a liberdade de imprensa, o que me permitiu aceitar com a maior das naturalidades o surgimento destas ferramentas. Depois de longos meses e muita informação online, Fafe tem uma rede de blogues plural e diversificado. E se até há bem pouco tempo não se olhava para a blogosfera como uma realidade fidedigna, hoje esta barreira está praticamente ultrapassada, devendo-se a dois fatores fundamentais: identificação das fontes (indivíduos já conhecidos de outras lides e outros que vão surgindo no mesmo grupo) e a seriedade como são tratados os assuntos. Num olhar rápido sobre a blogosfera em Fafe, encontramos no Blog Montelongo, o impulsionador de toda esta rede agora existente, a troca de opiniões sobre os mais variados assuntos da vida cívica. O blog JORNAL de FAFE, em muito pouco tempo de vida, conseguiu ganhar a confiança das instituições ao analisar pelas notas de imprensa lá encontradas e publicadas também na imprensa escrita. Na Falaf Revista Cultural de Fafe está lá uma enorme recolha de informação sobre aspetos culturais do concelho. Há também blogues que nos mostram as atividades das associações e outros pessoais mais ligados a atividade criativa e opinativa.
                Nos mais distintos blogues leem-se umas coisas interessantes, uns bitaites, umas arrufadas mais ou menos severas, mas o mais brilhante de tudo isto, para mim, é a oportunidade de conhecer gente, locais, história e histórias fantásticas do meu concelho que de outra forma não tinha hipótese. É certo que a imprensa escrita é um meio fundamental para a comunicação e divulgação do que se passa no concelho, mas a blogosfera torna-se um complemento por excelência.
                Deste modo, a cultura em Fafe está a tornar-se mais e melhor. O processo de construção ainda está no início mas a participação ativa é merecedora de destaque. Há mesmo muita gente a interessar-se e a usar este meio de comunicação. Uns lançam-se em projetos individuais outros coletivos e alguns em uns e outros. Se até agora só eram conhecidas algumas individualidades que escreviam umas coisas, mais ou menos agradáveis dependerá sempre da impressão de cada um, a realidade está a transformar-se finalmente e, sobretudo, felizmente para a projeção deste ‘nosso’ concelho de Fafe.


Nota de esclarecimento:
Na crónica do dia 23 de Novembro de 2012, “Hora de mudar de rumo ou continuar na mesma?”, escrevemos o seguinte sobre as Jornadas Literárias: «... enquanto uns trabalharam voluntariamente outros, segundo informações de participantes, faziam-se pagar por horas extras ao serviço da autarquia. (…) Se realmente é verdade,…». Na semana seguinte fomos informados que os funcionários envolvidos são da área da cultura e que «… a Câmara não paga horas extras a ninguém, absolutamente ninguém, da área da cultura». Voltando a abordar as nossas fontes, fomos confrontados com uma observação diferente: «… o que acontece é que têm altos salários, mas a iniciativa parte de fora. Eles é que deveriam tomar a iniciativa». Neste sentido, verifica-se que há leituras diferentes do inicial, não se fala agora de ‘horas extras’ mas de iniciativas, o que não foi por nós abordado. Contudo, a autarquia não é uma entidade sem fins lucrativos, se recorre aos funcionários tem de lhes pagar. Quem deveria ou não ‘tomar as iniciativas’ é outra questão que não importa para este caso.
Seja como for, importa repor a verdade, reconhecer a falha de comunicação e o facto de não termos confrontado previamente a situação com a autarquia. A bem da verdade, não poderíamos deixar de pedir desculpa e de ressalvar que nesse mesmo artigo tecemos elogios a duas pessoas que consideramos de muito valor e trabalham ambos na área da cultura, Artur Coimbra e Jesus Martinho, o que seria um contrassenso a crítica e o aplauso simultâneo. Por tudo isto, lamentamos o sucedido e fica claro que a autarquia não pagou qualquer hora extra durante o evento. A verdade acima de tudo!

Pedro Sousa, in Jornal Povo de Fafe (08-12-2012)