sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

E assim começa uma nova história...


... mais uma! Ou talvez a história de quem quer viver intensamente cada momento como se fosse único. Devia ser assim com os amantes. Mas não é. Já não é mais ou ainda pode ser? Gosto, não gosto, mas gosto... 
A conversa foi mais ou menos esta. Começou por ali... a divagar mais uma vez sobre o relacionamento humano e a facilidade com que nos deixamos influenciar por tudo o que é aparente e a falta de tempo para nos aturarmos. Porquê?
Diziam que o stress era a razão. As pessoas não param mais e quando param estão a atualizar as suas páginas nas redes sociais.
Porra. Haja paciência... sempre a mesma conversa? Mas são as redes sociais as culpadas ou somos nós que não sabemos apreciar mais as coisas que nos fazem bem?
A mente precisa estar ocupada. Não tenho dúvida disso. A maioria das pessoas lida muito mal com o tempo livre. Farta-se depressa demais do que está a fazer e passa imediatamente para outro registo sem desfrutar e tirar o máximo proveito do que lhes é oferecido. 
Passear à beira mar é sensacional, é um facto. Também é verdade que nem todos podemos passear todos os dias à beira mar, mas com alguma organização nos nossos horários até conseguimos passear nos sítios mais recônditos da natureza. E, sabem que mais, é lá que os poetas ganham a inspiração para contar as mais belas histórias de amor. Foi lá, bem no meio do rio que ele a viu pela primeira vez...
A história dos dois não foi nada fácil. Estão a imaginar aqueles casais que os pais fazem de tudo para os separar? Era bem pior, a sociedade estava toda contra...
Qualquer novela ditava que os dois ficavam juntos... mas a realidade da vida é um bocadinho mais complexa do que as histórias das novelas em que a vilã tem um fim trágico e os heróis são premiados. O problema é que tantas vezes o herói só consegue ver quando fica cego de vez, tal como Édipo...
Lá, naquele rio, ali perto do alpendre, ele viu-a pela primeira vez... porque foi passear na natureza. Porque foi vaguear enquanto se preparava para um exame da faculdade e tinha de descansar um bocadinho...
As pessoas deviam ser mais assim. Sair à procura de momentos de lazer. Sem levar o telemóvel... Passear apenas pelo meio das ervas como faziam em criança...
As pessoas crescem e ficam parvas, não ficam? Por hoje chega... depois conto a história toda... aos poucos.